terça-feira, 1 de maio de 2012

NA PRESSA E NA PRESSÃO
Rosely Sayão

Por que tanto desespero? Saber ler, escrever e contar antes dos seis ou sete anos não quer dizer nada.

     RECEBO MUITAS, muitas perguntas e dúvidas de pais que têm filhos com seis anos, mais ou menos. Várias mensagens chegam em tom quase desesperado. O motivo? O processo de alfabetização dos filhos.
     Vamos tentar acalmar esses pais com alguns esclarecimentos importantes para que, um pouco mais tranquilos, eles não pressionem tanto seus filhos.
    De partida, é bom avisar: a criança tem tempo de sobra para se desenvolver nesse processo. Qual é o prazo? no ensino fundamental, com duração de nove anos, esperamos que a maioria dos alunos esta alfabetizada ao final do segundo ano.
      Por isso, caro leitor, caso o seu filho esteja no primeiro ano, pode relaxar. Ele ainda tem pelo menos um ano e meio para se aprimorar no processo da leitura, primeiramente, e escrita.
        Acontece que muitos pais foram convencidos pela sociedade de que é melhor a criança aprender o mais cedo possível a ler, escrever e trabalhar com números. Não é.
   Já temos inúmeros estudos e pesquisas apontando que crianças precocemente introduzidas no ensino formal não menos criatividade nos trabalhos escolares do que suas colegas que se dedicaram a brincar nos anos da  primeira infância.
     Tem mais: as crianças massacradas por escolas e famílias para a vida escolar no estilo acadêmico antes dos sete anos desenvolvem mais doenças resultantes da ansiedade e da pressão, tais como estresse, desatenção, distúrbios alimentares e do sono, entre outras.
       Veja, caro leitor, o resultado dessa ideia que a sociedade desenvolveu nos pais. Uma leitora, que coloco no grupo dos pais desesperados, conta que mudou de cidade e sua filha, matriculada no primeiro ano, já sabia ler e escrever muitas coisas. Mas agora, na transferência de escola, parece que regrediu e se esqueceu de muita coisa que havia aprendido.
         O que nossa leitora não percebe é que, se a garotinha esqueceu, é porque não havia aprendido. Talvez tivesse sido treinada, condicionada ou coisa que o valha a escrever e ler algumas palavras com sentido, ou seja, quem entende primeiramente a função social da leitura e da escrita, não se esquece com essa facilidade. [...]

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

MUNDO INFANTIL: O QUE FAZER PARA ENTRAR NESTE MUNDO? COMO CONTRIBUIR?

    Entrar no mundo infantil é entrar no universo da imaginação, da fantasia, da alegria, dos sonhos, dos encantos infantis.
    Não precisa ser uma criança para participar deste mundo, é simples entrar, basta apenas se envolver, participar, compartilhar, integrar-se. Brinque, sente no chão, dance, pule, invente, crie novos desafios e entre no mesmo jogo simbólico  delas. Desfrute deste mundo encantador.
   Contribua com este mundo transmitindo alegrias, histórias, encantos, bons ensinamentos, respeito e educação. Transpasse segurança e amor. Somos modelos, referências, espelho para nossas crianças. Precisamos criar vínculos.
       Através das vivências, interações e estudos sobre e com a criança seu olhar amplia-se e torna-se mais direcionado. 
   Observe e interprete a criança como criança e não se esqueça de seu contexto. Olhe para o todo (situação) e não apenas para um acontecimento episódico.
     Temos que ter além de tudo paciência e comprometimento.


Prof°  Elizete Gomes

sábado, 11 de fevereiro de 2012

CRIANÇA NÃO SABE BRINCAR ( Rosely Sayão)

Eles valorizam mais o brinquedo do que a brincadeira porque só aprenderam a consumir as coisas


   O QUE é mais importante para as crianças: o ato de brincar ou o brinquedo em si? Num mundo que privilegia o consumo, a resposta imediata poderia ser a de que elas querem brincar, mas para isso, dependem dos brinquedos.
    Pode ser verdade: a todo momento elas pedem brinquedos. Têm montes deles e, mesmo assim, querem mais, mais, sempre mais.
    E nós, de bom grado, sempre que possível oferecemos a elas esses mimos. Ah! Como é gostoso ver a cara de felicidade do filho, sobrinho ou neto quando ganha aquele brinquedo que tanto queria.
     Brinquedo esse, aliás, que de forma direta e indireta se insinua na vida dos pequenos de todos os modos. ora porque, por ser a sensação do momento, todo mundo tem e fala sobre ele, ora porque foi visto na vitrine de um shopping e a criança passa a imaginar que a vida sem aquilo não tem a menor graça.
      Mas vamos observar uma criança que já tem muitos brinquedos no momento em que ganha mais um, justamente o desejado do momento. Assim que abre o pacote, é só alegria. Quanto dura a experimentação do brinquedo, a descoberta do que ele pode oferecer, o foco só nele?
       Quem já se deu ao trabalho de observar, sabe: o intervalo de tempo entre ganhar o brinquedo e abandoná-lo para fazer outra coisa é pequeno. Muito pequeno. nada proporcional ao tamanho do desejo de possuí-lo manifestado antes. Alguém discorda?
        Considerando isso, voltemos à pergunta inaugural de nossa conversa de hoje. Talvez a resposta agora possa ser outra, bem diferente: a criança dá valor mais ao brinquedo do que a brincadeira porque não sabe brincar. Criança não sabe brincar?!?
         Veja o que me contaram duas mães cujos filhos têm quatro e seis anos. O primeiro, um menino, foi transferido de uma escola de educação infantil em que o aluno só brincava na hora do recreio (à semelhança do ensino fundamental) para uma em que o aluno brinca o tempo todo. Os recursos usados nessa escola para o brincar são diversos, inclusive a sucata doméstica, que os pais levam para a escola toda a semana.
          Dois meses depois de o garoto ser transferido, um drama passou a ocorrer: ele tem crises de choro sempre que  a mãe não leva sucata para a escola. Ele quer ficar com o lixo, a mãe não entende o porquê. A resposta é simples: ele aprendeu a brincar com esse material. Agora, valoriza mais o brincar do que os brinquedos.
           A história da outra mãe é semelhante: matriculou a filha de seis anos em um ateliê que coloca as crianças para trabalhar com sucata de todos os tipos. resultado: agora, em casa, a menina ignora os brinquedos e recolhe a sucata da família para brincar.
          Aí está: as crianças do século 21 valorizam mais o brinquedo do que a brincadeira por dois motivos principais. Conhecemos o primeiro deles, mas nem sempre damos a devida importância: as crianças de hoje são as crianças do consumo. Elas consomem os brinquedos, apenas isso.
          O segundo motivo também não costumamos valorizar: o fato de a criança não saber brincar por não ter oportunidade para isso. Roubamos das crianças sua infância e, sem infância, como brincar? Elas costumam ter o tempo todo tomado por compromissos, programas de lazer, são pressionados o tempo todo pelos pais.
          Vamos reconhecer: sem tempo livre para nada fazer e com o direcionamento direto de adultos, as crianças nunca aprenderão a brincar. É essa a vida que desejamos para elas?
Rosely Sayão   é psicóloga e autora de " Como Educar Meu Filho?" (Publifolha)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O que é ser criança ? O que ela significa? E como devemos tratá-las?

          Ser criança parte do princípio: " Aparentemente simples, porém mais complexa do que pensamos".
          Criança é um ser em desenvolvimento que precisa de espaço, tempo, organização, rotina, modelos e principalmente ser vista como uma criança e não como um adulto em miniatura. Ela têm vontades, sentimentos, desejos, pensamentos, frustrações próprias. Clama pelos seus direitos de crianças: brincar, pular, saltar, correr, falar e por limites também.
         Criança precisa de muitas brincadeiras e não de aulas quadradas para otimizar seu potencial.
         Devem ser tratadas com respeito, carinho, como um ser completo que tem mente, corpo e emoção. Não devem ser tratadas como bonecas e nem marionetes.
         Se quer entrar na complexidade do mundo infantil e de trabalhar com crianças tem que: analisar, entender, planejar, executar, avaliar e rever.
         Criança é criança !

                                                                                                                             Professora,   Elizete